Apresentação

O grupo de gênero se insere na discussão do poder de uma sociedade machista e ter um marco emancipatório para a participação política das mulheres, tendo-as como sujeito. Debatendo o cotidiano, as relações familiares e/ou privadas, às relações institucionais da economia, da política e da cultura e suas dimensões objetivas e subjetivas simultaneamente. Este GT reúne os pontos de cultura que atuam na perspectiva da emancipação feminina, na luta contra a opressão e a violência contra as mulheres e pela afirmação da igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

COORDENADOR DE PROGRAMAS SOCIAIS- SÃO PAULO

COORDENADOR DE PROGRAMAS SOCIAIS- SÃO PAULO

Atividades: Responsável por gestão social, coordenação de projeto social,abrigos, relacionamento com educacores, aplicação de treinamento e desenvolvimento para cuidados pedagógicos. Ter conhecimento nas legislações vigentes para Atuar com ênfase no do Estatuto da Criança e do Adolescente, Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária e Lei da Adoção.

Experiência gerencial/ coordenação em programas sociais e para educação comunitária. Ensino Superior completo.
Conhecimento intermediário em espanhol e básico em inglês.
Benefícios: Assistência Médica / Medicina em grupo, celular fornecido pela empresa.
Regime de contratação: CLT (efetivo).
Informações adicionais: É imprescindível ter DISPONIBILIDADE PARA MORAR NO PROGRAMA.
Benefícios extras: residência no local, pagamento de contas básicas (água/ luz).
Disponibilidade para viagens e disponibilidade de horário.
Os interessados enviar CV para debora.santos@aldeiasinfantis.org.br

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Biblioteca do Fórum Social Mundial: IV Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasil...

Biblioteca do Fórum Social Mundial: IV Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasil...: "Dirigida por Armando Daudt, a ND Comunicação é uma empresa voltada para a elaboração, produção e divulgação de bens e produtos culturais que..."

MULHER NEGRA: A autoridade policial que não adotar as medidas ne...

MULHER NEGRA: A autoridade policial que não adotar as medidas ne...: " É o que determina projeto (PLS 14/2010) da ex-senadora e atual governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini , que continuará a..."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ABSURDO -Sexta Turma do STJ entende que processos de violência contra a mulher podem ser suspensos


Processos envolvendo a Lei Maria da Penha podem ser suspensos condicionalmente por um período de dois a quatro anos. Além disso, a punibilidade do agressor pode ser extinta após esse período caso ele não tenha cometido alguma falta. A decisão, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que alterou entendimento anterior que proibia a suspensão, é de dezembro, mas só foi divulgada hoje (18) pelo STJ.
Segundo a nova regra, o processo contra o agressor enquadrado na Lei Maria da Penha pode ser suspenso se o réu se comprometer a atender a requisitos como reparação do dano (quando possível); se obedecer à proibição de frequentar determinados lugares e de se ausentar da cidade; e se o acusado comparecer mensalmente para informar e justificar suas atividades.
A mudança no entendimento do STJ foi motivada por uma reinterpretação que envolve a própria Lei Maria da Penha e a Lei de Juizados Especiais. Segundo a Lei de Juizados Especiais, de 1995, o Ministério Público pode propor a suspensão de qualquer processo desde que a pena máxima em caso de condenação seja de até um ano. A lei também estabelece que o réu precisa atender a determinados requisitos, como não estar sendo processado ou ter sido condenado por outro crime.
Aprovada 11 anos mais tarde, a Lei Maria da Penha criou uma exceção ao estabelecer que a suspensão do processo não poderia ser aplicada em casos de violência contra a mulher.
Em seu voto, o relator Celso Limongi defendeu que ambas as leis estão no mesmo patamar de hierarquia e que a Lei Maria da Penha não tem poder de suprimir todas as normas previstas na Lei dos Juizados Especiais, dentre elas a suspensão condicional do processo.
Segundo o relator, a suspensão condicional do processo tem caráter pedagógico e intimidador em relação ao agressor, uma vez que o processo pode voltar a correr caso ele volte a agir de forma criminosa. Limongi ainda defendeu que a suspensão condicional do processo não ofende os princípios da proteção da família.

Fonte:Agência Brasil
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Convites & Editais

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
FORUM INTERGOVERNAMENTAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

No 07, 17/01/2011.

1-Assunto: Ong seleciona consultor de projetos

Associação não-governamental localizada em Vaz Lobo seleciona consultor de projetos sociais com o seguinte perfil:
- graduado em cursos da área de Ciências Humanas ou Ciências Sociais Aplicadas;
- experiência na confecção de projetos sociais e captação de recursos.
Interessados enviar currículo para: patthycosta@ig.com.br até 15/01/2011.
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Patrícia Costa Pereira da Silva
Pedagoga da Escola de Serviço Social da UFRJ
Mestre em Educação - UNIRIO - Linha de pesquisa: Políticas Públicas em Educação
Currículo lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4202315Y4
Celular: (21) 7152-5425

2- Mestrado em Indigenismo e Desenvolvimento Sustentável – Brasília/DF

O Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), Universidade de Brasília – UnB, iniciará o ano de 2011 com novidade: o lançamento de um edital de seleção para o Mestrado Profissional em Desenvolvimento Sustentável, na modalidade Sustentabilidade junto a Povos e Terras Indígenas.
O curso é resultado de uma parceria entre a Fundação Universidade de Brasília (FUB), Ministério da Cultura (MINC), Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e United States Agency for International Development (USAID), por meio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).
O objetivo é oferecer capacitação técnico-científica aos profissionais que atuam no campo indigenista e planejem implementar ações voltadas para a  sustentabilidade cultural e ambiental de povos indígenas.
O curso terá duração de 22 meses, divididos em três módulos presenciais. Serão oferecidas 26 vagas aos candidatos interessados, das quais 50% serão reservadas a profissionais indígenas.
Baseado na perspectiva de uma educação intercultural, que se realiza no encontro entre os saberes acadêmicos e indígenas, o curso contará ainda com um corpo docente composto por renomados estudiosos e profissionais indígenas e não-indígenas.
Maiores informações estão disponíveis no site da UnB

3- Assunto: Criada Faculdade em Goiás para comunidades Quilombolas

O primeiro Curso de Licenciatura Plena em Educação Quilombola a Faculdade
Kalunga que será implantado no país, atenderá as comunidades remanescentes de quilombos do Território Kalunga localizada na Chapada dos Veadeiros, nos
municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, no estado de Goiás.
O anúncio foi feito pelo deputado Pedro Wilson (PT-GO), que agradeceu a iniciativa do ministro da Educação, Fernando Haddad, e pediu celeridade no processo para o início do curso, ainda este ano, argumentando que a escola vai atender a demanda de uma comunidade tradicional e preencher a carência de profissionais qualificados para a área em toda a região.
Pedro Wilson lembrou que esta é uma luta histórica que envolveu, nos dois últimos anos, as comissões de Educação e Cultura, de Direitos Humanos e de Legislação Participativa da Câmara, com a realização de diversos seminários e audiências públicas, que contou com a participação de representantes da SEPPIR (Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial), do Ministério da Educação (Mec), da Fundação Palmares, das universidades Estadual e Federal de Goiás, a Universidade de Brasília (UnB), e autoridades dos municípios envolvidos e, principalmente das lideranças Kalunga.
O curso atenderá professores e ex-professores da comunidade que já possuem o ensino médio e vinham exercendo a função para cobrir a deficiência de profissionais de educação qualificados na área.
AV. TOCANTINS, 191 - CENTRO
FONE: (62) 3524-2356 - ASPPIRGO@GMAIL.COM
www.asppir.wordpress.com
twitter: @asppirgo
4-Anexo o Edital VAI 2011 e material de
divulgação.
Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo abre edital para incentivo de projetos artístico-culturais – Programa VAI 2011
No período de 6 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011, estarão abertas as inscrições do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais – VAI, que neste ano concederá um incentivo de até R$21.694,45 a projetos artístico-culturais apresentados prioritariamente por jovens de regiões com deficiência de infra-estrutura e de acesso aos equipamentos culturais.
IMPORTANTE:
Com a finalidade de divulgar o programa e garantir o acesso do público a este edital, a Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, o CDHEP (Centro de Direitos Humanos e Educação Popular) e o SESC Santo Amaro realizarão nos dias 15 e 22 de janeiro cursos de elaboração de projetos, que acontecerão simultaneamente em diversas localidades, contemplando todas as regiões da cidade.
As inscrições para o curso podem ser realizadas através do site  www.cdhep.org.br ou pelo telefone (11) 5511-9762, entre os dias 4 e 14 de janeiro.

A CASA DE CULTURA CORA CORALINA,
ESTÁ RECEBENDO INSCRIÇÕES DE PROJETOS PARA O VAI.
RUA SANT'ANNA, 201 - CAMPO GRANDE
(ALTURA DO 2009 DA AV. N. S. SABARÁ).
INFORMAÇÕES MIRIA DE MORAES OU BIANCA
[11] 5631-0740
Adelino Ozores
[11] 9905-0674
aozores@terra.com.br

5- Assunto: [CEDEFES] VAGA DE TRABALHO

Juliana Souza [jusouzahist@hotmail.com]
Por acaso conhecem alguém formado em Geologia e/ou Engenharia de Minas que
desejam lecionar?
Caso sim, a pessoa deve enviar o curriculo para contato@centep.com.br aos
cuidados de Jossimar.
6-Assunto: curso de institucionalização das CASAS/TERREIROS BH com Assoc de Cartorios de MG.
A Associação de Cartórios de MG, em parceria com a CPIR vai estar realizando nos dias:
1a turma - 17 jan - 09 às 11 h
2a turma - 18 jan - 09 às 11 h
3a turma - 20 jan - 09 às 11 h
cada turma com total de apenas 40 pessoas.
na Av. Afonso Pena, 732 - 2o andar, um curso sobre registros e manutenção dos
documentos das Casas/Terreiros de Santo.
Este curso será ministrado para os(as) responsáveis pelas Casas/Terreiros, e para aqueles que os(as) responsáveis indiciarem na ficha de inscrição (em anexo), favor devolverem as fichas (impressas) com assinatura do(a) responsável pela Casa/Terreiro, até o dia 12 de janeiro de 2011- na CPIR - Rua Espirito Santo, 505 - 9o andar - de 09 às 17 horas. Mas para efeito de confirmação de presença, pode responder pelo email, informando o nome da casa, o(a) responsável, e quem vai fazer o curso, dia e horário.
Para auxiliá-los quanto aos seus documentos e a sua situação atual, os(as) responsáveis ou seus indicados poderão, solicitar para a associação (durante o curso), um dia e horário para levar um pequeno relato da sua realidade e/ou documentos e poderão sanar dúvidas de como regularizar a situação.
Aguardo retorno.
Maria das Graças Rodrigues (Graça Sabóia)
Coordenadora
Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial
cpir@pbh.gov.br
31- 3277-4693
Fax: 31-3277-4838
7-Assunto: [InfoJovem] FIC recebe inscrições até dia 02 de fevereiro
Para: joyce@unijuv.org.br
InfoJovem publicou um artigo novo, 'FIC recebe inscrições até dia 02 de
fevereiro'
O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio de sua Fundação de Cultura (FCMS), publicou no Diário Oficial do Estado do dia 20 o Edital de inscrição de projetos culturais para o Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC/MS) – 2011.
O post esta desponivel aqui:
http://www.infojovem.org.br/2011/01/10/fic-recebe-inscricoes-ate-dia-02-de-fevereiro/
8- Assunto: BID seleciona projetos culturais de pequena escala.

O BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento- seleciona projetos
culturais de pequena escala para financiamento que reconheçam e
estimulem atividades de centros de desenvolvimento cultural,
experiências comunitárias, preservação e restauração de patrimônio
histórico, dentre outras. Até 31 de janeiro! Informações -
http://www.iadb.org
http://elielfj.wordpress.com/

9-Assunto: Vagas Parque Indigena do Xingu -
PRAZO: 31/01/10
De: Lilian Brandt
O Isa esta contratando 02 (dois) profissionais para trabalhar no Parque Indígena do Xingu, caso queiram indicar pessoas, peço que encaminhem os currículos para o E-mail: mariamartha@socioambiental.org e pjunqueira@socioambiental.org , até dia 31/01/2011, com o título “Xingu Associações, as demais informações da vaga encontra-se nos Ediatis em anexo.

10-Vagas em Projetos da UNESCO no Brasil:


Os processos seletivos dos projetos são conduzidos diretamente pela coordenação
executiva de cada projeto, cabendo à UNESCO do Brasil o acompanhamento e
monitoriamento dos processos de contratação.
As candidaturas deverão ser encaminhadas para o endereço indicado em
cada anúncio, obedecendo os prazos determinados em cada edital.
Vagas no Escrítório da UNESCO no Brasil:


Ao candidatar-se, leia atentamente o anúncio da vaga.
Envie para o endereço informado no anúncio, uma carta de candidatura e seu
currículo.

Utilize, preferencialmente, o currículo no Modelo Oficial de Currículo da UNESCO (doc).
Vagas disponíveis (link externo) http://www1.brasilia.unesco.org/vagasubo/
Agradecemos pelo interesse em trabalhar na Representação da UNESCO no Brasil. Por favor, volte a consultar esta página para futuras vagas disponíveis.
Informações Adicionais
Registro de Currículos:
Leia atentemante as orientações gerais de cadastro de currículo (doc)
Registre seu currículo no Banco de Currículos da UNESCO no Brasil. O Banco de
Currículos registra currículos de profissionais em diversas áreas e serve como um banco de dados para a UNESCO. O cadastramento do currículo neste banco não está vinculado a nenhuma vaga em específico.

ATENÇÃO: Não encaminhe seu currículo por e-mail pois este será
desconsiderado. Cúrrículos enviados por e-mail são considerados somente em caso de candidatura a vagas disponíveis.

BOICOTE ao filme de Julio Medem


Um quarto em Roma, uma visão patriarcal-mente irritante de uma história entre duas mulheres.

Fomos empolgadíssimas assistir ao filme Um quarto em Roma, do diretor Julio Medem, também responsável pelo roteiro e por dois filmes anteriores : “Os amantes do circulo Polar” e “Lucia e o sexo”.

Neste, a história conta uma noite de amor entre duas jovens, uma russa e uma espanhola, que se encontram acidentalmente em Roma e passam uma noite de sexo e descobertas  mútuas, num belo quarto de hotel. Se a história parece atraente  a realização não é nada disso. Pelo contrário, foi com muito esforço que conseguimos chegar até o fim. A decepção e a indignação foram crescendo. Pagar para ver – mais uma vez – as fantasias que um cara faz conosco, é patriarcal-mente irritante. 

Imaginem só, quando primeiro uma das meninas conta fascinada para a outra que um milionário árabe,  marido da sua mãe, a preferiu em troca de luxo. E ela adorou viver no harém!!
Logo depois, a outra conta quando um dia acorda e percebe que sua irmã gêmea está na cama com o pai. Sua primeira reação é se sentir rejeitada, desvalorizada por não ter sido a escolhida. Escolhida para ser abusada sexualmente!!!!!!! E depois, relata que se excitava com a situação e que se masturbava enquanto a irmã era abusada pelo pai!! HORROR

Os diálogos são tão inconsistentes, as interpretações tão inexpressiva (pobres atrizes, expressar o que??) e o roteiro tão pobre, que o filme é horrivelmente tedioso.
É evidentemente uma história comercial a partir de uma visão de “lésbica lindas” – ou seja -  magérrimas, brancas, européias e bem sucedidas.

Mais uma vez que o mercado tenta domesticar  a lesbianidade, controlar a rebeldia ajustando-a a uma sexualidade normativa, mostrando-a desde um ponto de vista masculino e deixando ver o quanto rende ainda ás fantasias a os homes.

É por isso que as Mulheres Rebeldes nos levantamos iradas a dizer essa realidade que mostra Julio Medem é uma merda, uma mentira, e além do mais, faz apologia do abuso sexual.

Por tudo isto, estamos convocando todxs a boicotar esse filme. Chega de botar palavras e fantasias nas bocas das mulheres. Queremos incitar a que as próprias mulheres nos manifestemos para mostrar quem somos, como pensamos, como sentimos, qual o nosso erotismo.
Vamos colocar mensagens nas redes sociais, nas listas, nas blogas!

Mulheres em ação contra o mercado machista e capitalista. CHEGA de nos utilizarem como o seu objeto de fantasias.

  http://www.flickr.com/photos/mulheresrebeldes/                             http://mulheresrebeldes.blogspot.com/
 
 www.mulheresrebeldes.org

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Manifestação Cultural - Dia dos Santos Reis.

Será realizada hoje, a partir das 16h na Comunidade da Vila Terezina em Porto Alegre.
A Mestre Popular Tia Zita, de 81 anos, realiza este evento com a colaboração de comunidade.
Este evento é um dos pilares do projeto que TIA ZITA realiza desde 1989 com as crianças da Vila, com o intuíto de faze-las valorizarem a cultura afro brasileira e buscarem na arte cidadania.

Local: Rua Dorvalina Nazário - bairro medianeira - Porto Alegre
Hora: 16h

Leila L

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

NOTICIAS MINC

Ana no Alemão
O primeiro evento público da ministra Ana de Hollanda será segunda, no Alemão.
Em pauta, um ponto de cultura na comunidade carioca.
Pela cultura
O ator Sérgio Mamberti, que vai deixar a presidência da Funarte para dar lugar a Antônio Grassi, continuará na equipe do Ministério da Cultura.
Assumirá a Secretaria de Políticas Culturais.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Carta de representantes da sociedade civil à Presidente Dilma Roussef e à Ministra da Cultura Ana Buarque de Hollanda

Nós, pessoas e organizações da sociedade civil abaixo-assinadas, explicitamos nesta carta expectativas e pautas relativas à formulação de politicas públicas para a cultura, dando as boas-vindas à Ministra Ana de Hollanda, primeira mulher a ocupar o cargo.
Escrevemos no intuito de cooperar com sua gestão que se inicia, como vimos fazendo nos últimos oito anos de Ministério da Cultura, certos de que a presidente Dilma deseja que as políticas e diretrizes que fizeram o MinC ganhar relevância, projeção e amplo apoio da sociedade civil sejam continuadas e expandidas.
A esse respeito, a presidenta Dilma, bem como o ex-presidente Lula, participaram ativamente nos últimos anos do Fórum Internacional Software Livre em Porto Alegre, onde deixaram claro sua política a respeito da internet, da cultura digital e dos direitos autorais. [1]
Nesse contexto, nos últimos anos, a sociedade civil teve a oportunidade de construir um importante trabalho junto ao governo, que parte de uma visão contemporânea para a formulação de políticas públicas para a cultura. Essa visão considera que nos últimos anos, por causa do avanço das tecnologias da informação e dos programa de inclusão digital, um contingente de milhões de novos criadores passou a fazer parte do tecido cultural brasileiro. São criadores que acessam a rede através das mais de 100 mil lan-houses de todo o país, através dos Pontos de Cultura ou outros programas de inclusão digital, cada um deles exercendo um papel determinante para a formação da cultura do país.
Os Pontos de Cultura, o Fórum da Cultura Digital, o Fórum de Mídia Livre, o desenvolvimento de softwares livres, a iniciativa de revisão da lei de direitos autorais, a recusa a propostas irracionais de criminalização da rede, a construção do Marco Civil da Internet e a rejeição ao ACTA [2], são exemplos reconhecidos dessa política inclusiva e voltada para o presente, fundamentada na garantia do direito de acesso à Rede e ao conhecimento, viabilizando um ambiente de produção cultural fértil e inovador.
Os pontos positivos dessa política têm sido percebidos tanto no Brasil quanto no exterior, onde o país tem exercido liderança na tentativa de alinhar países em torno da implementação dos pontos da Agenda do Desenvolvimento, visando balancear o sistema internacional de propriedade intelectual de acordo com os diferentes estágios de desenvolvimento dos países e com as novas formas de produção cultural que as tecnologias possibilitam. O país também tem sido frequentemente citado no cenário internacional [3] como referência positiva sobre o uso das tecnologias para a formulação colaborativa e democrática de políticas públicas nessas áreas.
Com sucesso, o país tem dado passos substanciais ao considerar que as tecnologias da informaçao e comunicação desenvolvidas nos últimos anos trazem novos paradigmas para a produção e difusão do conhecimento, com os quais as políticas públicas no âmbito da cultura devem necessariamente dialogar.
Vivemos um momento em que são muitas as tentativas de cerceamento à criatividade, à abertura e à neutralidade da internet. No Brasil, isso se manifesta na chamada “Lei Azeredo” (PL 84/99), assim conhecida por conta de seu principal apoiador, o ex-Senador Eduardo Azeredo. Tal proposta encontrou relevante resistência por parte da sociedade civil. Apenas uma petição alcançou mais de 160 mil assinaturas contrárias, o que fez com que sua aprovação fosse devidamente suspensa e um debate maior iniciado. [4]
Entendemos que a legislação de direitos autorais atualmente em vigor no Brasil é inadequada para representar a pluralidade de interesses e práticas que giram em torno das economias intelectuais. [5] A esse respeito, a lei brasileira adota padrões exacerbados de proteção, sendo significativamente mais restritiva do que o exigido pelos tratados internacionais ou mesmo que a legislação da maior parte dos países desenvolvidos (como EUA e Europa). Com isso, ela representa hoje significativos entraves para a educação, inovação, desenvolvimento e o acesso, justo ou remunerado, às obras intelectuais.
Há também a necessidade de regulação do ECAD – entidade que arrecada mais de R$400 milhões por ano, em nome de todos os músicos do país e cujas atividades não estão sujeitas a nenhum escrutínio público. [6] Vale lembrar que o ECAD foi alvo de CPIs, bem como encontra-se sob investigação da Secretaria de Direito Econômico, por suspeita de conduta lesiva à concorrência. Acreditamos que garantir maior transparência e escrutínio ao seu funcionamento só trará benefícios para toda a cadeia da música no país, fortalecendo o ECAD enquanto instituição e dificultando sua captura por grupos particulares.
A esse respeito, o MinC realizou extensivo processo de consulta pública para a reforma da Lei de Direitos Autorais, que teve curso ao longo dos últimos anos, contando com seminários e debates realizados em todo o país. Esse processo, concluído ainda em 2010, culminou com a consulta pública para a reforma da Lei de Direitos Autorais, realizada oficialmente pela Casa Civil através da internet.
Os resultados, tanto dos debates como da consulta pública, são riquíssimos. [7] A sociedade brasileira teve a inédita oportunidade de participar e opinar sobre esse tema, e foram muitas as contribuições fundamentadas, de grande peso. Tememos agora que todo esse processo seja ignorado. Ou ainda, que a participação ampla e aberta da sociedade seja substituída por “comissões de notáveis” ou “juristas” responsáveis por dar sua visão parcial sobre o tema. A sociedade brasileira e todos os que tiveram a oportunidade de se manifestar ao longo dos últimos anos não podem e nem devem ser substituídos, menosprezados ou ignorados. O processo de reforma da lei de direitos autorais deve seguir adiante com base nas opiniões amplamente recebidas. Esse é o dever republicano do Ministério da Cultura, independentemente da opinião pessoal daqueles que o dirigem.
Os últimos anos viram um avanço significativo na assimilação por parte do Ministério da Cultura da importância da cultura digital. Esse é um caminho sem volta. Cada vez mais o ambiente digital será determinante e influente, tanto do ponto de vista criativo quanto econômico, na formação da cultura. Dessa forma, é fundamental que o Ministério da Cultura esteja capacitado e atuante para lidar com questões como o software livre, os modelos de licenciamento abertos, a produção colaborativa do conhecimento, as novas economias derivadas da digitalização da música, dos livros e do audiovisual e assim por diante. Muito avanço foi feito nos últimos anos. E ainda há muito a ser feito. Uma mudança de direção por parte do MinC implica perder todo o trabalho realizado, bem como perder uma oportunidade histórica do Brasil liderar, como vem liderando, essa discussão no plano global. Mostrando caminhos e alternativas racionais e inovadores, sem medo de inovar e sem se ater à influência dos modelos pregados pela indústria cultural dos Estados Unidos ou Europa.
Por tudo isso, confiamos que a Ministra da Cultura terá a sensibilidade de entender as transformações que a cultura sofreu nos últimos anos. E que velhas fórmulas não resolverão novos problemas.
Permanecemos à disposição para dar continuidade à nossa cooperação com o Ministério da Cultura, na certeza de que podemos compartilhar nossa visão e objetivos.

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