Apresentação

O grupo de gênero se insere na discussão do poder de uma sociedade machista e ter um marco emancipatório para a participação política das mulheres, tendo-as como sujeito. Debatendo o cotidiano, as relações familiares e/ou privadas, às relações institucionais da economia, da política e da cultura e suas dimensões objetivas e subjetivas simultaneamente. Este GT reúne os pontos de cultura que atuam na perspectiva da emancipação feminina, na luta contra a opressão e a violência contra as mulheres e pela afirmação da igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FESTIVAL VULVA LA VIDA

DE 19 À 23 DE JANEIRO/SALVADOR
Orgulhosamente feministas, necessariamente inconvenientes
 

Estamos nós, que vivemos no presente, condenados a nunca
experimentar a autonomia, nunca pisarmos, nem que seja por um momento
sequer, num pedaço de terra governado apenas pela liberdade? Estamos
reduzidos a sentir nostalgia pelo passado, ou pelo futuro? Devemos esperar
até que o mundo inteiro esteja livre do controle político para que pelo menos
um de nós possa afirmar que sabe o que é ser livre?
(Hakin Bey - TAZ)
 
 
Esse festival é fruto da I Convocatória Riot Grrrl Salvador, organizada pelo Coletivo Na Lâmina da Faca, que ocorreu de 20/08 a 20/10/2010, tendo por objetivo aglutinar mulheres  inseridas na contra-cultura feminista da cidade. Pra nossa surpresa, a convocatória – que começou como uma esperança de romper o ativismo individual ou de grupos pequenos e isolados – acabou tendo uma repercussão enorme (pra estrutura Faça-você-mesm@), acarretando num evento que foi construído não só pelo Coletivo, mas por uma rede de garotas.

Esse evento não deve ser confundido com eventos que acontecem sob o título de “Rock de Batom”, “Rock de calcinha”, etc. O Festival Vulva La Vida não é um evento que busca valorizar o “rock feminino”, pois não temos nenhum compromisso em manter o que nossa sociedade chama de “feminino”. Mas ao mesmo tempo também não temos nenhum compromisso com a masculinidade. Acreditamos no potencial do rock/hardcore e da música em geral enquanto possível destruidor da feminilidade tradicional, isso é, acreditamos na criação de outras formas de vivenciar o feminino que não estejam sufocadas pela imposição de características como doçura, servidão, passividade, permissibilidade, castidade. Daí vem a nossa identificação com o feminismo, pois o encaramos como uma visão de mundo que não diz respeito apenas à “questão da mulher” mas a todos os tipos de relação sociais, resultando numa aliança entre diversas lutas. Nos posicionamos, assim, desde um feminismo autônomo, anti-racista e anti-capitalista.

Trata-se de um festival de contra-cultura feminista: através da ética do faça-você-mesma, acreditamos que a mudança não depende da iniciativa dos partidos e instituições políticas; devemos pratica-la no dia-a-dia, desenvolvendo novos valores para as relações travadas no cotidiano. Isso implica em repensar nossos hábitos mais “íntimos”, fazendo a revolução das ruas à cama. Política também é diversão!

Enquanto o padrão do que é ser “mulher de verdade” for reproduzido, irão permanecer os obstáculos para a união entre nós. Pois, se ser “mulher de verdade” como Amélia, é viver alienada de si própria, renunciamos então à ideologia que nos quer inimigas. É essa solidariedade que queremos celebrar no festival; não se trata, no entanto, de uma união que se dá às custas das nossas diferenças. Somos mulheres, mas somos negras, brancas, de classes sociais e orientações sexuais distintas, provindas de diversos contextos sociais. No entanto, estas diferenças internas são abraçadas com entusiasmo, pois nos levam a riqueza e heterogeneidade deste evento.
 
Nesses cinco dias de festival, esperamos que você se divirta, conheça novas pessoas, troque experiências, e saia com uma bagagem capaz de subverter o cotidiano (ainda mais!). Esperamos também estar fomentando um cenário feminista subversivo e independente, que não espera pelos outr@s mas que faz por si próprio; que constrói aqui e agora o mundo novo que desejamos. 
 
 Coletivo Na Lâmina da Faca
 
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O quê: Festival [de contra-cultura feminista] Vulva La Vida ( Debates + Oficinas + Vídeos + Show)
Quando: de 19 a 23 de Janeiro
Aonde: Salvador (veja os endereços aqui)
Acesse a programação completa aqui!
 
As inscrições pras oficinas, bem como pro alojamento, devem ser realizadas via e-mail (nalaminadafaca@gmail.com).
 
Divulgue, compareça e apoie!
 
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Íris, Vic & Paula
Coletivo/Distro Na Lâmina da Faca
http://nalaminadafaca.wordpress.com

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