Apresentação

O grupo de gênero se insere na discussão do poder de uma sociedade machista e ter um marco emancipatório para a participação política das mulheres, tendo-as como sujeito. Debatendo o cotidiano, as relações familiares e/ou privadas, às relações institucionais da economia, da política e da cultura e suas dimensões objetivas e subjetivas simultaneamente. Este GT reúne os pontos de cultura que atuam na perspectiva da emancipação feminina, na luta contra a opressão e a violência contra as mulheres e pela afirmação da igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

TEATRO DE RUA PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO


Categories: Feminismoabortoteatro
Católicas fazem teatro de rua pela legalização do aborto










































ONG usa a arte para sensibilizar população paulistana sobre os
 direitos das mulheres e a questão do aborto.

A ONG feminista Católicas pelo Direito de Decidir tem usado a arte
 para sensibilizar a população sobre os direitos das mulheres.
Em 2010, a organização desenvolveu projetos para informar as pessoas sobre questões acerca da violência contra as mulheres.
Em 2011, com apoio do Fundo Social Elas, Católicas pretende usar recursos artísticos para incentivar a reflexão e o debate público sobre o aborto.
O tema, ainda polêmico, é considerado pelas autoridades da área da saúde e pelo Governo Federal como um problema de saúde pública no país que precisa ser acompanhado, estudado e tratado com seriedade. Apesar de importante, o tema é pouco debatido, o que gera dúvidas, insegurança e preconceito entre as pessoas.
Para tratar do assunto de forma educativa, a ONG fará intervenções teatrais
 em ruas da capital e da Grande São Paulo ao longo do ano, sendo que as
primeiras apresentações acontecerão no dia 28 de abril (5a feira).
As demais estão previstas para ocorrer em maio, junho e setembro próximos.
As performances, encenadas pelos atores do grupo teatral Impávida Troupe,
abordarão questões do cotidiano relacionadas ao aborto legal ou inseguro
 como gravidez, maternidade, paternidade e acessos aos serviços de saúde.
Além de marcar presença nas ruas de São Paulo por meio da arte,
a ONG mantém o blog ‘Sede de Quê?’ no qual são publicadas informações,
notícias e artigos sobre o aborto no Brasil.
Por que falar sobre o aborto?

Nas últimas duas décadas, foram realizados muitos estudos e
pesquisas sobre o aborto no Brasil. A mais recente delas é a
Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), realizada em 2010,
com mulheres entre 18 e 39 anos em áreas urbanas de todo o país.
A pesquisa revela que mais de uma emcada cinco mulheres brasileiras  fez aborto,
sejam elas católicas, protestantes, evangélicas ou de outras religiões.
 O estudo foi realizado pela Anis (Instituto de BioéticaDireitos Humanos eGênero)
 e pela UnB (Universidade de Brasília) e
 financiado pelo Fundo Nacional de Saúde.
Tal estimativa pode ser ainda maior se considerarmos que a pesquisa coletou dados somente no espaço urbano.
Vale lembrar que, de acordo com o Ministério da Saúde,
uma mulher morre a cada dois dias em decorrência do aborto inseguro, que é a
 terceira causa de mortalidade de mulheres no Brasil, afetando principalmente
as que são pobres, negras e jovens. Em algumas cidades como Salvador,
 o aborto inseguro é a primeira causa de mortalidade materna.
Embora os números sejam alarmantes, a população ainda é pouco
informada sobre o tema e o debate é marcado por ideias e argumentos
 morais e religiosos que não contribuem para a garantia dos direitos
das mulheres e a melhoria das políticas de saúde sexual e reprodutiva.
Não à toa, tramitam no Congresso dois projetos de lei que, se aprovados,
influirão negativamente na vida das brasileiras. Um deles é o Estatuto
do Nascituro que impedirá a realização de abortos até em casos de estupro,
oferecendo pensão alimentícia à criança; e outro é o projeto que defende
a obrigatoriedade do cadastramento de gestante no diagnóstico da gravidez,
 obrigando-a a ter sua vida reprodutiva vigiada.
A ONG

Católicas pelo Direito de Decidir é uma organização não governamental feminista,
 criada em 1993, que busca justiça social, o diálogo inter-religioso e a mudança
 de padrões culturais e religiosos no Brasil que cerceiam a autonomia e a liberdade
 das mulheres, especialmente no exercício da sexualidade e da reprodução.
A ONG desenvolve projetos pautados nos direitos das mulheres, na garantia
da cidadania e autonomia feminina e na igualdade nas relações de gênero
em nossa sociedade.
Serviço:
Quando: quinta-feira, dia 28 de abril de 2011
Onde: as apresentações acontecerão em diversos locais na capital e Grande São Paulo.
Assessoria de Imprensa:
Alexandra Peixoto
E-mail: cddbr.alexandra@uol.com.br
Telefone: 11-8567.6976
Links de referência:
Blog Sede de Quê: http://sededeque.com.br/
Guia sobre aborto para jornalistas:http://abortoemdebate.com.br/arquivos/Aborto_Guia_comunicacao.pdf
ONG Católicas pelo Direito de Decidir: http://www.catolicasonline.org.br/
Patrocínio de Fundo Elas: http://www.fundosocialelas.org/
Pesquisa Nacional de Aborto: http://www.scielo.br/pdf/csc/v15s1/002.pdf
20 anos de pesquisa sobre aborto no Brasil: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/livreto.pdf

Redes Sociais:

http://twitter.com/sededq
http://www.facebook.com/sededeque
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CORPUSCRISIS 2011

queridas ou desconhecidas,

esse chamado-carta-convite é para feministas de todas as cores, lésbicas, não lésbicas, trans, cis, que queiram construir um novo encontro corpuscrisis em 2011, de 07 a 11 de setembro, feriado latinoamericano y caribeño da interdependência das mulheres.

nos encontros passados, fizemos e pensamos coisas como: biodivergências y ecofeminismos, descontrolários y confessionários, microfonia e silêncio, avental radical (feminismo + anti-especismo), pornós (feminismo + pornografia = ?), abuso de confiança (estupro nos movimentos sociais), deslixo (meta lixo 0), gordofobia, "linguagem, inclusive!", retomes, ba-baleias e fo-focas, "cuidado, trabalho!", marcas-somos-todas, e mais outras coisas que não lembramos mas não são menos importantes, só estão esquecidas por enquanto e talvez possam ser achadas num dos verbetes da

como nunca é tarde para se re-inventar e re-ver nossas práticas, achamos importante retomar o kk como um espaço, finalmente, exclusivo de mulheres,
feministas, não feministas, lésbicas, não lésbicas, transexuais, cissexuais... e, finalmente, um encontro com espaço para falarmos de violência racial entre feministas e fortalecer nosso feminismo de cor.

a ideia ideal eh a gente se reunir numa chácara no feriado da interdependência das mulheres, 7 de setembro (do dia 7 ao dia 11) e construir nosso próprio rancho, com composteira e banheiro seco, na meta kk des-lixo (lixo zero durante o encontro). para isso, estamos chamando
outras mulheres fantásticas como nós, cabulosas, feministras pra fazer/aprender coisas legais juntas. e pensar temas que tenham a ver com auto-defesa, ataque, vingança, perdão, histeria, grito-voz, meditação, yoga, biodivergência, memória, saúde, ecofeminismo, micro-oficinas tech,
shows y instrumentos, comida gostosa sem crueldade... e mais o que quisermos.

proponha seu ovulário (e não seminário), tapete (e não mesa), oficina (e não palestra) e venha participar de toda a gestão do encontro, naquela
ideia de que autonomia é depender do maior número possível de pessoas.

até abril/2011, ainda estamos decidindo sobre fazer o evento no interior de sp ou no df. esperamos decidir até junho. se você tiver uma sugestão de
lugar (uma casa com área pra acampar, fazer uma horta-mandala e construir um banheiro seco), escreva! um esboço da programação pode ser visto em

além da construção via wiki confabulando ( http://confabulando.org/kk2011) , voce pode se inscrever na lista crisinterna em riseup ou mande imeio:
corpuscrisis arroba gmail, korpuskrisis arroba riseup ou inscreva-se online aqui ( http://migre.me/4m0JU ;). a inscrição não é nem um pouco
obrigatória nem definitiva, mas só uma sinalização de que você quer estar junta por um tempo ou curiosa em relação ao encontro. isso ajuda também a
pensar a estrutura em termos de pessoas, pra não sobrar nem faltar comida, lugar pra dormir, e outras coisas muito importantes desse tipo.

pessoas não humanas também são bem-vindas!, inclusive as baratas

mais info: http://confabulando.org/kk2011 sinta-se em casa, risque asparedes! (pra editar manda um e-mail que tem uma senhazinha compartilhável)

4ª Ed. do Festival Internacional de Filmes Curtíssimos.Palavras de Mulheres


Mostra internacional de filmes, com exibição concomitante às do Festival, realizados por mulheres ou que consagram o universo feminino de forma atual e original.
A programação internacional do Palavras de Mulheres se dedica à beleza de filmes dirigidos por mulheres e, igualmente, a filmes os quais a personagem central é uma mulher. Esta mostra é um rico convite a passear pelo mundo e suas mais diversificadas culturas, através de filmes curtíssimos, cujos pontos de vista estão dedicados ao universo feminino.
Palavras de Mulheres é uma programação paralela às mostras competitivas nacional e internacional criada pelo Curtíssimos de Mompelier, sul da França, em maio 2009, e se difundiu pela rede do Festival.


Seleção dos filmes:


Lágrimas negras

Guillermo Ríos Bordón (Espanha)

Appartement 28 (Apartamento 28)
Julien Mata (França)
Awaken your senses  (Despertando Sentimentos)
Gregory De Maria, Gene Nazarov (Estados Unidos)
Dark (Escuro)
Eve Dufaud (França)
Françoise
Elsa Duhamel (França)
Goodbye Mr. Nice Guy
Ana Iliesiu (Romênia)
Ida
Susan Wolf (Canadá)
La séquence $ (A sequência $)
Lola Pion (França)
Laterarius
Marina Rosset (Suíça)
Le cadeau de Marie (O presente de Maria)
Alixia Mejean (França )
Le réveil (Acordar)
Murielle Felix, Anna Calsina-Forrellad (França)

Les fesses du chinois (A bunda do chinês)

Rose & Eric Turpin (França)

Lili et Pierrot
Cécile Vuaillat (França)
Lost (Perdido)
Alison CoonCome (Canadá)
One day for you (Um dia para você)
Elisa Batoni (Espanha)
Penguins (Pinguins)
Hanna Abi-Hanna, Maia Ruth Lee (Itália)
Pour vous mesdames (Para vocês senhoras)
Eve Dufaud (França)
Show me yours (Mostre-me o seu)
Joshua Funk (Estados Unidos)
Tanto
Sonja Rohleder (Alemanha)
The announcement (O anúncio)
Joshua Funk (Estados Unidos)
Tulip Pink (Tulipa Rosa)
Gregory Brehm, Keram Malicki-Sanchez (Estados Unidos)
Young Love (Amor jovem)
Richard B. Pierre (Canadá)



Festival Internacional de Filmes Curtíssimos
13ª edição pelo mundo e 4ª edição nacional. Dias: 6, 7 e 8/05 de 2011.
Local e horário: Auditório I do Museu Nacional da República, às 20h.
Classificação Indicativa: Livre para todos os públicos.
Festival tem patrocínios do Fundo Nacional de Cultura e do FAC - Fundo de Apoio a Cultura, SCDF; Apoio da Moviecenter
Facebook: http://www.facebook.com/#!/profile.php?id=1762352220         Twitter: @curtissimos




terça-feira, 26 de abril de 2011

ONU acusa Brasil de promover despejos forçados para Copa e Olimpíadas


Porto Alegre é uma das cidades que aparece no comunicado da relatoria especial

A Relatoria Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada acusou o Brasil de promover remoções e despejos forçados nas cidades-sede da Copa de 2014 e também no Rio de Janeiro, que receberá os Jogos Olímpicos de 2016. No comunicado, divulgado pelarelatora Raquel Rolnik, a ONU demonstra preocupação com os desalojamentos, que poderiam constituir violações dos direitos humanos. 

Porto Alegre é uma das cidades apontadas no relatório. Além da capital gaúcha, aparecem São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Natal e Fortaleza. Para Raquel Rolnik, parece haver em todas as cidades um padrão de falta de transparência, consulta, diálogo, negociação justa e participação das comunidades atingidas nos processos de remoção. 

Segundo ela, inúmeras remoções já foram executadas sem que tenha sido dado, às pessoas atingidas, tempo suficiente para discussão e proposição de alternativas, e sem planos adequados para o reassentamento. A relatora demonstra preocupação com as indenizações que, se insuficientes, poderão acarretar na formação de novas favelas, além de aumentar o número de famílias sem teto. 

Em dezembro do ano passado, a Raquel Rolnik já havia enviado uma carta ao governo brasileiro na qual relata inúmeras denúncias recebidas e solicita informações sobre cada cidade. Quatro meses depois, segundo a relatoria, o governo não encaminhou nenhuma resposta. 

Diante das denúncias, a relatora pede aos governos federal, estaduais e municipais envolvidos na preparação para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos que instaurem um processo de diálogo transparente com a sociedade, especialmente com os setores da população diretamente afetados pelas obras. 

A ONU recomenda que as autoridades suspendam as remoções previstas e as obras em andamento até que estejam assegurados os canais de participação, diálogo e negociação e planejadas adequadamente as possíveis realocações.

ZERO HORA

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Rede de Pontos de Roraima realizou dois Eventos para comemorar o dia dos Pontos

Dia 17,  domingo, na Praça do Milenio  a partir das 19 horas realizamos mostras de  danças reagionais e com a participação dos emboladores com objativo de chamar atenção da nossa comunidade para a LEI CULTURA VIVA , atraves dos panfletos distribuidos durantes o Evento !

Dia 18 na Vidioteca do Placio da Cultura  as 19 horas reunimos cerca de quarenta pessoas, com a presença de  16 de representantes dos pontos de Cultura e convidados, artistas e pessoas da comunidade  para dialogar e refletir sobre a LEI CULTURA VIVA  com objetivo de contribuir com a Frente PARLAMENTAR DE Cultura .
O que queremos para Roraima , para o Norte e para o Brasil ?
Todas estas contribuições estão sendo sistematizadas e serão enviadas  para a CNPdC.

O nosso representante na Frente parlamentar Dep. Federal,Luciano de Cstro não se fez presente.

A Secretaria de Educação, Cultura e Desporto se fez presente através da Conselheira de Cultura Elena Fiorete representando a Secretaria .

Questionamos  sobre o repasse da primeira parcela dos 10 novos pontos de Cultura com a representante da Secretaria de Educação , Cultura e Despotos do Estado , Elena Fiorete.
que nos informou que tudo esta sendo encaminhado para concretização do repasse.
Ela falou de varios assuntos sobre a situação critica que estão os equipamentos Culturais do nosso Estado .
E nos falou que o Governo do Estado esta estudando junto ao Conselho a criação da Secretaria de Cultura do nosso Estado .

  E com a representante  da Prefeitura de Boa Vista a  Superindente de Cultura da Fetec  Lulia da Silva que nos falou  sobre a situação dos pontos da Rede Municipal de Cultura 
e  fortaleceu a parceria da FETEC com a Rede de Pontos de Cultura nas nossas ações no segundo semestre .

A Unidade Cultura se fez representar pela Senhora Rosangela Bezerra que cooordena a Rede de Pontos do Estado  que também falou com otimismo sobre o repasse  da 1ª parcela para os dez novos pontos de Roraima e orientou os representante presente sobre  a parte burocratica do processo de conveniamento .

O fator importante foi a participação de varios   representantes  dos novos pontos se integrando a nossa Rede dos 27 pontos de Cultura  de Roraima .

Raimundo Nonato Chacon
Representante de Roraima na CNPC


COMDEMA abre inscrições para Prêmio Destaque Ambiental 2011



O COMDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba) anuncia a edição de 2011 do “Prêmio Destaque Ambiental”. As inscrições já estão abertas e os interessados podem entrar no site www.comdema.piracicaba.sp.gov.br/premiodestaque para acessar o regulamento.
O prazo para inscrição dos trabalhos vai até 10 de maio e os participantes podem enviá-los através de formulário eletrônico no site do Prêmio ou entregá-los na ONG Florespi, sediada na Rua Tiradentes, 1139, Centro – Piracicaba (SP), de 2ª a 6ª feira, no horário das 9h00 às 17h00.
O objetivo desta premiação é reconhecer e destacar as principais iniciativas socioambientais de cidadãos, empresas privadas e públicas, instituições de ensino e do terceiro setor que, por meio de projetos e desenvolvimento de atividades, tenham contribuído para a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida no município de Piracicaba. 
Cidadãos, empresas públicas e privadas, instituições de ensino e do terceiro setor podem concorrer ao “Prêmio Destaque Ambiental” desde que possuam projetos já concluídos ou em realização no município de Piracicaba que preencham os requisitos definidos em regulamento elaborado pelo COMDEMA. Cada projeto poderá ser inscrito somente em 01 (uma) das seguintes categorias:
  • Cidadão;
  • Empresa/ Organização Pública (comércio, indústria, agronegócio, serviços e cooperativas e órgãos públicos);
  • Terceiro Setor (organizações não governamentais, entidades filantrópicas, fundações e outras formas de associações civis sem fins lucrativos);
  • Instituições de Ensino (escolas públicas e privadas de ensino infantil, fundamental, médio e técnicas, e instituições de ensino superior).

A premiação dos vencedores acontecerá em um evento especial programado para 10 de junho, às 19h00, na ACIPI (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba).


Informações Adicionais:

www.comdema.piracicaba.sp.gov.br/premiodestaque
Telefone: (19) 3434-2328 (ONG Florespi) 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Não devia ter um feminismo aqui?


A esquerda não é uma bolha. Talvez para grande maioria dos homens ligados ao movimento social em geral esta ficha custe a cair, compreender que também fazemos parte da sociedade e assim como qualquer outra pessoa e portanto estamos passíveis de reproduzir o machismo, racismo, homofobia e tantos outros preconceitos existente por aí.
Não é raro nos depararmos com casos de agressões, intimidações e qualquer outro tipo de violência contra a mulher também em espaços dos movimentos sociais, partidos de esquerda e qualquer outra forma de organização política crítica ao status quo. Porém ao invés de serem o primeiro espaço aberto para o combate ao machismo, normalmente o que vemos é a diminuição da importância dos casos de agressão, intimidação e outras violências, como se não fossem problemas políticos também, infelizmente o espaço da organização política é onde percebemos o quanto a nossa luta é secundarizada neste mundão, como se revoluções não passassem também pela mudança na relação social entre mulheres e homens.
Na verdade vemos a esquerda adaptar à sua realidade a divisão sexual do trabalho. É uma espécie de divisão sexual da militância na qual o homem ocupa o espaço público como figura pública do partido, movimento ou entidade que for e na grande maioria das vezes é também quem formula a política a ser tocada nos espaços e a mulher cumpre a tarefa do espaço privado, ou seja, organiza a reunião, escreve a relatoria e qualquer outro trabalho de secretariado existente nas organizações políticas, tanto que Alexandra Kollontai era a única mulher no bureau do partido bolchevique no período revolucionário e durante reuniões era dela a tarefa de passar um cafezinho para os outros companheiros. Quantas mulheres dirigentes políticas nós vemos citadas nas intervenções em atos, assembléias, plenárias ou congressos? No máximo uma citação da Rosa Luxemburgo e mesmo assim ainda é raro. No final das contas precisamos localizar muito bem qual é tanto o nosso lugar na política quanto qual o lugar do feminismo na política e não é tarefa simples, assim como combater o machismo diariamente na sociedade também não é.
Muitas vezes vemos mulheres ligadas ao fazer político denunciando alguma atitude machista de um companheiro e as reações basicamente são as mesmas que vemos no resto da sociedade: não devemos tratar disto pois é um problema pessoal e não político; que se trata de uma histérica; a denúncia foi motivada por vingança pessoal e tantos outros subterfúgios tão questionados pelas feministas quando há casos de violência machista em outro espaço da sociedade que não seja o político. Porém na hora que aparece o quiprocó no seio da esquerda nos deparamos com o corporativismo das organizações, se é denúncia contra alguém do meu partido, movimento ou entidade é uma calúnia, e se o caso de machismo é no quintal do outro vemos muitos se levantarem com o rabo sujo para apontar dedos.
Qual a grande diferença entre a ameaça de morte feita por um companheiro de esquerda e a ameaça de morte de um homem não envolvido com a política? A mão de um militante de movimento social é mais leve do que a do trabalhador? A intimidação de um camarada de uma entidade combativa à uma companheira em um espaço de disputa política é menos intimidação do que a do cara na balada em cima de uma garota? Não, não há diferenças, pois todas as situações estão baseadas na mesma coisa o machismo e um não é menos pior do que o outro e cabe a nós feministas apontarmos sim o dedo na cara da hipocrisia sem medo de retaliação ou puxada de orelha.
Este começo de ano ouvi diversos casos sobre machismo no movimento social, dois deles me chamaram a atenção: no Espírito Santo e em São Paulo. O primeiro envolvia uma militante e um militante do Fejunes e o segundo do MPL/SP. Em ambos os casos os agressores foram denunciados na base do movimento e as organizações foram cobradas para darem uma resposta política às denúncias de agressão, infelizmente apenas o Fejunes reconheceu a gravidade da situação afastando imediatamente o agressor de suas tarefas junto ao fórum e tomando as medidas cabíveis de formação e debates entre os militantes do fórum.
Já em São Paulo acabamos assistindo uma série de ataques a premissa de autodefesa feminista e da necessidade da denúncia dos agressores, muitas vezes se pautando na formulação equivocada de que o escracho promovido por algumas militantes feministas ao militante do MPL/SP em um dos atos contra o aumento da passagem de ônibus  era um retrocesso a luta feminista, ora, em ambos os casos por conta da coragem – vamos combinar não é a coisa mais fácil do mundo você denunciar publicamente um agressor junto à sociedade, imagine em um espaço no qual as pessoas se julgam livres de qualquer tipo de preconceito – destas mulheres  ao denunciarem suas agressões outras mulheres também vieram a público para falar que também foram violentadas fosse fisicamente ou psicologicamente, e os relatos se passavam em estados diferentes e com organizações políticas também diferentes.
Foi histeria coletiva de mulheres que nem se conhecer se conheciam? Não se nega  a importância de lidar com a questão da violência contra a mulher como um problema social, mas isso não é sinônimo de desonerar o agressor de suas responsabilidades, ainda mais quando são atitudes que além de violentar inibem a participação política das mulheres em espaços importantíssimos, ou lutar contra o aumento das passagens, abertura de bolsas nas universidades não são pautas das mulheres também? O que eu vejo é na verdade uma grande falta de formação e formulação da esquerda brasileira sobre as opressões específicas em geral, ou alguém aí acha que em um país onde a maioria dos pobres é negra e mulher muda-se algo sem ser feminista e antirracista?
Poderia passar horas escrevendo sobre “causos” da esquerda envolvendo atitudes machistas, mas o intuito é justamente refletir o motivo de tanta resistência desses homens, e até mesmo mulheres, lutadores pela mudança social compreenderem que também perpetuam o machismo e se realmente há vontade de mudar a sociedade precisamos fazê-lo de forma completa, compreendendo a misóginia, racismo, homofobia e outros preconceitos como breques da nossa luta.
É mais fácil para os homens, digo, homens da esquerda, se relacionar com mulheres sem consciência e concepção feminista. Pois, no fundo, oprimir alguém para que esta dependa de alguma forma – seja subjetiva ou objetiva -, é mais fácil e mais cômodo
Óbvio que não é nada fácil peitar os homens nos espaços políticos – ainda mais se há acordo em boa parte da política com eles -, pois se não bastasse a violência física sofrida pelas mulheres, estas, quando decidem pela denúncia, sofrem a violência psicológica de uma sociedade machista e dos movimentos sociais que sequer sabem lidar com coerência frente à situação.
Vejo uma luz no fim do túnel quando mulheres resolvem dar um basta de vez a atitudes machistas dentro da esquerda brasileira e colocar que para nós o feminismo tem lugar na políticaaté porque fazer a dissociação entre a luta política e a luta feminista é, no mínimo, cruel com as mulheres, pois não são coisas dissociadas. É preciso dizer com todas as letras que não haverá transformação real se isso não passar pela transformação social das relações entre mulheres e homens. Só dar uma olhada nas pesquisas feitas pelo IBGE, ONU e tantas outras para ver quem está na base da pirâmide social, definitivamente não são os homens. A pobreza tem sim cor e  gênero e passar batido por isso é não compreender a complexidade da sociedade em que vivemos, é recair em erros históricos.
Avança o feminismo sim quando temos força e respaldo para cobrar aos movimentos sociais coerência e não complacência com a violência machista, quando forçamos nossas companheiras e, porque não, nossos companheiros a se posicionarem e não mais serem testemunhas silenciosas,  quando temos força para dizer que: Nenhuma agressão passará impune!