Bruna Sensêve
bruna.senseve@jornaldebrasilia.com.br
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Cerca de 40% dos atendimentos realizados nos Núcleos de Atendimento às Famílias e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavd) são de homens e todos eles, agressores. Do total de 2.948 pessoas que buscaram os nove núcleos do DF até julho deste ano, 1.015 homens o fizeram, em sua maioria, por encaminhamento judicial devido a agressões dentro do lar.
O autor da agressão à mulher não tem um perfil definido. Está em todas as classes sociais e, principalmente, dentro do próprio lar da vítima. Uma coisa, no entanto, é comum a todos eles: a sensação de poder sobre a companheira ou o membro da família agredido.
“Um ponto importante e em comum entre eles é a rigidez no papel do homem e da mulher na sociedade. Essa definição machista do que é masculino e feminino é comum na construção social da identidade de homens e mulheres, e gera uma expectativa forte em relação ao outro. Isso faz com que, muitas vezes, ele justifique a violência porque a vítima deixou de cumprir seu papel, não cuidou do filhos ou da casa” , detalha o psicólogo Luiz Henrique Aguiar, coordenador chefe dos Nafavd.
Justificativa
Uma dinâmica muito comum é a justificativa da violência por esse companheiro, com base nessas expectativas. Além disso, ele tende a estar sempre minimizando a violência ou mesmo negando a própria agressividade. O trabalho de tratamento com esses homens é a flexibilização, desconstrução desses estereótipos e a responsabilização deles quanto a própria violência. No momento seguinte é necessário trabalhar a assertividade e a construção de alternativas à violência para resolver os conflitos.
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